domingo, 22 de abril de 2018

Uma enciclopédia para entender o golpe

Por Eduardo Nunomura, na revista CartaCapital:

Uma dezena de universidades públicas mobilizou-se para criar disciplinas sobre o golpe de 2016, seguindo a iniciativa do professor da Universidade de Brasília Luis Felipe Miguel. Na primeira aula, na segunda-feira 5, o cientista político explicou por que essa palavra é tão repelida justamente por aqueles que a puseram em circulação no Brasil.

“Não foi só uma mudança em quem ocupa a Presidência. É uma mudança profunda, que se pretende definitiva, imposta unilateralmente e em desrespeito à lei por grupos de dentro do Estado, nas regras do jogo político. Em uma palavra: é mesmo um golpe”, escreveu o professor.

Unasul: Integração regional está ameaçada

Por Jeferson Miola, em seu blog:

O Brasil, juntamente com os governos da Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru, está empenhado em enfraquecer a Unasul, a União de Nações Sul-americanas.

Os governos desses 6 países pretendem suspender a participação neste bloco regional criado em julho de 2010.

A Unasul é um fator essencial tanto para a integração regional, como para a viabilização de estratégias de soberania e defesa deste continente que é um estratégico fornecedor de energia, água, alimentos, minérios e matérias-primas para o mundo.

Monopólios na internet ameaçam democracia

Por Veridiana Alimonti, no site do FNDC:

No início do segundo dia do seminário “Internet, liberdade de expressão e democracia: desafios regulatórios para a garantia de direitos”, promovido pelo FNDC com apoio do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), o tema foi a regulação das plataformas de internet. Como ressaltou Jonas Valente, integrante do Intervozes e pesquisador da UnB, os termos do debate já não são mais se a internet deve ou não ser regulada, mas como e com que objetivos. No diagnóstico do cenário atual, destaca-se a consolidação de poucos e grandes conglomerados digitais.

Justiça tenta acordo com Lula. Arregou!

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A intenção da mídia e do Judiciário era a de que Lula “sumisse” após ser preso. Porém, nunca se falou tanto dele. Foi preso no dia 7 de abril e até agora, todos os dias, o seu nome domina o cenário político. O desespero da mídia e da “justiça” é tanto que estão tentando convencer o ex-presidente a não ser candidato de dentro da cadeia. Estão perdendo tempo.

A tática de Lula de se manter vivo no cenário político foi elogiada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda que tenha tido outra intenção. Ele disse que o adversário foi “esperto” ao fazer o discurso forte e politizado que fez antes de ser preso.


Barbosa, Marina e o mercado de votos

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Não deve ter dado muito certo o primeiro encontro de Joaquim Barbosa com os dirigentes do PSB a quem foi apresentado na tarde desta quinta-feira. Na saída do encontro, Barbosa foi reticente: “Há dificuldades dos dois lados. O partido tem sua história e eu tenho dificuldades do lado pessoal. Não convenci a mim mesmo que devo ser candidato”.

Se assim é, melhor o establishment mercadista-midiático procurar outro candidato menos vacilante para chamar de seu. Ao longo do dia, o nome novo que surgiu foi o de Pedro Parente, ex-ministro de FHC, presidente da Petrobras e agora também do conselho da BRF.

A primeira vítima da casa-grande

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A prisão do ex-presidente Lula – ilegal, arbitrária, ato de perseguição política -, que chega sem surpresa para os que enxergam um palmo adiante do nariz, encerra um capítulo da Operação Lava Jato e escancara um novo ciclo dentro do golpe instalado com o impeachment de Dilma Rousseff. Mas igualmente indica para as forças populares novos objetivos imediatos e, forçosamente, novas formas de luta.

E exige, como imperativo histórico, sua unidade.

Não é inteligente minimizar o ataque e suas consequências: a adversidade deve ser mais um instrumento de nossa aproximação com as grandes massas, ainda chocadas com a violência.

O avanço do estado de exceção no Brasil

Novo golpe na integração regional

Por Marcelo Zero

A integração regional já havia sofrido um golpe duro com o afastamento da Venezuela do Mercosul por motivos puramente políticos.

Na prática, isso criou uma espécie de veto político a regimes bolivarianos e de esquerda, no Mercosul.

Além disso, com o Brasil de Temer e a Argentina de Macri, acabou prevalecendo, no bloco, a tese do “regionalismo aberto”, isto é, a tese de que se deve abandonar a união aduaneira e que cada país deve procurar se integrar às economias mais avançadas, como a dos EUA e a da Europa.

Privatizações ameaçam a soberania do país

Por Patrus Ananias

Há dois anos é assim: todos os dias o governo dos golpistas entrega partes do patrimônio brasileiro, da soberania nacional.

A quinta-feira, 19, foi exemplar. Num só dia o chefe do governo decretou a entrega da Eletrobras e o presidente da Petrobras anunciou a venda de quatro refinarias.

Alargando amplamente o caminho de favorecimentos e de privilégios ao setor privado, sobretudo ao capital internacional, o decreto assinado por Michel Temer inclui a Eletrobras no Programa de Desestatização.

sábado, 21 de abril de 2018

Marina não sabia dos malfeitos de Aécio?

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Num evento em Belo Horizonte, Marina Silva contou que não sabia dos crimes de que Aécio é acusado.

Foi sua segunda viagem à capital de Minas em menos de dez dias.

A candidata da Rede deu uma de joana sem braço quando questionada sobre o apoio ao tucano no segundo turno das eleições de 2014.

Marina ficou em terceiro lugar e abraçou a causa do Mineirinho com unhas, dentes e muito ódio no coração.

Os donos da mídia no Brasil pós-golpe

Por André Pasti e Luciano Gallas, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Uma mídia com elevada concentração de propriedade e de audiência, sob crescente controle religioso, com influentes afiliações políticas e guiada por interesses econômicos de grandes grupos. Gravíssima falta de transparência na propriedade e na distribuição da publicidade governamental, concentrada, sobretudo a partir do governo de Michel Temer, nos meios simpáticos à agenda de reformas do governo. Tudo isso possibilitado por um marco regulatório antigo, permissivo e ineficaz. Esses são alguns dos apontamentos deste especial, que traz resultados do Monitoramento da Propriedade da Mídia (Media Ownership Monitor, ou “MOM”) no Brasil.

Lula fez uma caipirinha com limões azedos

Por Rodrigo Perez de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

"Que Lula há muito tempo deixou de ser homem e se tornou uma instituição é consenso à direita e à esquerda. O que está em jogo, em disputa, é o significado da instituição, o que ela representa.

Lula é o maior corrupto da história do Brasil ou a principal liderança popular que esse país já teve?

A disputa está aí. No atual estado da situação não sobrou muito espaço para meio termo. Ou é uma coisa ou é a outra. Cada um que escolha seu lado.

Na condição de instituição, todo gesto de Lula tem dimensão simbólica, é lido e interpretado por todos, por detratores e admiradores. Lula pega o microfone e o país paralisa em frente à TV. Os admiradores choram. Os jornalistas a serviço da mídia hegemônica silenciam. Ninguém fica indiferente a uma instituição desse tamanho.

Privacidade: nova batalha à vista

Por Laura Tresca, Paulo José Lara e Marcelo Blanco, da Artigo 19, no site Outras Palavras:

Os recentes acontecimentos envolvendo o Facebook e a empresa de tratamento de dados e propaganda política Cambridge Analytica, em que 87 milhões de usuários da rede social tiveram seus dados pessoais ilegalmente vazados, não apenas reforçaram na opinião pública o caráter fundamental de uma regulação sobre proteção de dados pessoais, como também estão impulsionando a tramitação de projetos de leis relacionados ao tema no Brasil.

Educação brasileira: do destaque ao colapso?

Por Patrícia Andrade de Oliveira e Silva, no site Brasil Debate:

A política educacional brasileira no século 21 foi conduzida por 4 governos distintos: no início do século com o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lula), da ex-presidenta Dilma Rousseff e, por fim, após o impeachment da presidenta, a chegada de Michel Temer ao Planalto. Os planos de governo demonstram significativa diferença de atuação em termos de políticas públicas que culminaram em diferentes abordagens para a política de educação. (BRASIL,1998; 2003; 2008; 2011).

Flávio Dino desmente fake news

Do site Vermelho:

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), utilizou-se das redes sociais para desmentir notícia falsa publicada no jornal O Estado de São Paulo nesta sexta-feira (20), que o acusava de ter emitido ordem aos batalhões militares do estado para monitorar seus adversários nas eleições deste ano.

Flávio Dino declarou que é um absurdo imaginar que um papel assinado por um oficial da Polícia Militar tenha tido sua orientação, tenha seu apoio apoio ou concordância. O governador explicou que ao tomar conhecimento do caso, demitiu o autor do papel disparato e que também irá apurar porque ele assinou o documento.

Grito parado no ar

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

O filme Um lugar silencioso, que vem fazendo muito sucesso em todo mundo e está em cartaz no Brasil, diz muito do nosso tempo. Não por acaso, é um filme de terror. Dirigido pelo ator John Krasinski, que também escreveu o roteiro e atua no papel principal, a produção pode ser vista apenas como uma sucessão bem conduzida de situações que despertam nossos temores mais íntimos, com é próprio do gênero. No entanto, o maior horror nos espreita depois do filme, quando entendemos o sentido de tanta exasperação. Krasisnski filmou a metáfora política dos nossos dias.

Esquivel, Boff e os que não se rendem

Por Joaquim de Carvalho, no site Carta Maior:

Leonardo Boff, na foto tirada por Eduardo Mitysiak na frente da Superintendência da PF em Curitiba, era o retrato da esperança que não se rende.

Cabelos brancos, bengala, ele se postou ali à espera de outro ancião mundialmente conhecido, Adolfo Perez Esquivel, argentino que ganhou Prêmio Nobel da Paz.

Depois da espera, ambos entraram na superintendência e, algum tempo depois, saíram, sem conseguir o que queriam: visitar Lula.

Facebook já pegou todo mundo faz tempo

A hegemonia do STF no Jornal Nacional

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Esta semana, iniciei meu novo programa, o Antijornal Nacional, um live de comentários e bate-papo com internautas, que tem como objetivo fazer um contraponto às fake news divulgadas diariamente pelo Jornal Nacional, principal telejornal do país.

Começa sempre às 21:30, de segunda a sexta.

Confesso que há muitos anos eu não assistia à tv globo, e aconselho vigorosamente aos leitores para que não dêem ibope à emissora do golpe. É melhor deixar a missão para profissionais, como modestamente eu me considero.

O tiro no pé de Geraldo Alckmin

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

No segundo turno da eleição presidencial de 2006, o candidato tucano Geraldo Alckmin encolheu 2,4 milhões de votos em relação aos 40 milhões que havia obtido na primeiro. Seu adversário, o ex-presidente Lula, foi reeleito com 60,1% dos votos, o maior sufrágio da história até hoje. Houve na época um consenso analítico: o tucano encolheu porque frustrou sua base, abandonando a agenda liberal, renegando privatizações e medidas fiscais severas. Agora, novamente ele pode ter dado um tiro no pé ao tripudiar sobre o infortúnio de Aécio Neves, exortando-o a não disputar cargo algum para não prejudicar sua campanha, depois de ter virado réu no STF. O troco pode ser uma barreira contra a entrada de Alckmin em Minas, o que seria fatal para quem já é refugado pelo Nordeste.