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quinta-feira, 14 de março de 2024

A dissonância entre as pesquisas e as ações

Ilustração: Mauro Biani
Por João Guilherme Vargas Netto


O descasamento momentâneo entre os avanços positivos da conjuntura econômica e social decorrentes das ações do governo e a queda da avaliação do governo, medida pelas pesquisas divulgadas, é um dado da realidade que preocupa e merece atenção do movimento sindical.

A dissonância, que tem muitas explicações, entre elas a enormidade dos problemas a serem enfrentados, o ritmo lento e inseguro do cumprimento das promessas em comparação com as expectativas, as fragilidades e defeitos da comunicação governamental, uma oposição bolsonarista intransigente, ativa, negacionista e as redes sociais com a inevitável dispersão de assuntos, confundem toda a sociedade e o movimento sindical dos trabalhadores, exigindo deste uma avaliação correta em que a solucionática predomine sobre a problemática e não o contrário.

quinta-feira, 7 de março de 2024

O sindicalismo e as mortes no trabalho

Ilustração da internet
Por João Guilherme Vargas Netto

Não chega a ser a carnificina que as forças armadas de Israel estão praticando em Gaza, mas seus números também são aterradores.

Refiro-me às mortes, mutilações, ferimentos, acidentes e adoecimentos no trabalho.

Volta e meia o silêncio sobre este terror é quebrado, quando o karoshi ataca no Japão, quando há uma epidemia de suicídios de telefônicos na França, quando há o soterramento de mineiros no Chile ou quando há mortes em Osasco por desabamento.

O movimento sindical brasileiro tem sido pouco atuante sobre a gravidade do assunto e não o tem enfrentado de modo permanente, persistente e eficiente.

quarta-feira, 6 de março de 2024

Escravos dos aplicativos conquistam direitos

Novos e velhos desafios dos sindicatos

Foto do site APLB Sindicato
Por Pedro Carrano, no jornal Brasil de Fato:

A apresentação por parte do governo Lula de proposta de regulação do trabalho dos motoristas de aplicativo ontem (4) traz à tona também o debate sobre o atual momento da luta dos trabalhadores e de uma das suas principais ferramentas de organização: os sindicatos. Quais são os desafios depois de longo período de ataques e aumento da precarização? Que erros as organizações de esquerda não podem repetir?

Sem dúvida, o desafio e os riscos para o governo federal, depois de sete anos de políticas de ataques neoliberais, que colocaram os trabalhadores em situação defensiva, agora deve ser a preocupação com a recomposição das condições de vida dos trabalhadores, ampliando o mercado de trabalho, o que certamente ampliaria as condições de luta e organização.

terça-feira, 5 de março de 2024

Escravos dos aplicativos conquistam direitos

Charge: Vicky Leta
Por Altamiro Borges


Em solenidade no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (4), o presidente Lula apresentou o projeto de lei que regulamenta o trabalho dos motoristas por aplicativos. Foi uma dura negociação com as empresas de Apps para a construção dessa proposta de regulamentação. O projeto não é dos mais avançados, mas representa um primeiro passo no enfrentamento da escravidão no setor. Ele prevê pagamento mínimo por hora de trabalho no valor de R$ 32,09, contribuição para a previdência social e auxílio maternidade.

segunda-feira, 4 de março de 2024

É hora de colocar o bloco na rua

Foto: Paulo Pinto/Agência PT
Por Nivaldo Santana, no site da CTB:


O presidente Lula obteve uma vitória histórica com uma margem estreita. Alcançou 50,90% dos votos válidos contra 49,10% do seu oponente de extrema-direita. Provavelmente esse resultado revele a maior polarização política da história recente do nosso país.

Passado mais de um ano do governo, com pequenas variações, pode-se dizer que a polarização continua. É verdade que o governo melhora seus indicadores positivos na percepção popular, mas o campo político de extrema-direita se mantém forte.

O último exemplo dessa polarização foi a constatação de que, mesmo depois da divulgação massiva do vídeo da reunião ministerial onde Bolsonaro tramava abertamente um golpe de Estado, a divisão na sociedade continua.

Segundo pesquisa do Instituto Atlas Intel, divulgada neste mês de fevereiro, 36,8% dos brasileiros não acreditam na tentativa de golpe, 42,2% acham que Bolsonaro está sendo perseguido e 42% são contrários a uma eventual prisão do ex-presidente.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

A preparação do 1º de Maio

Charge: Alexandre Beck
Por João Guilherme Vargas Netto

As comemorações do 1º de Maio - Dia do Trabalhador ou Dia do Trabalho – são as únicas com abrangência mundial (com exceção dos Estados Unidos) como nos tem lembrado José Luiz del Roio (saúde! saúde!).

Aqui no Brasil há uma tradição mais que secular e nos últimos anos o 1º de Maio tem sido comemorado com a organização de manifestações do movimento sindical, unitárias ou não, reivindicatórias ou festivas, todas tendo como eixo a pauta dos trabalhadores e das trabalhadoras.

Basta que lembremos as multidões que compareceram ao Campo de Bagatelle nos eventos promovidos pela Força Sindical em anos sucessivos.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Corrida de 100 metros e maratona

Charge: Laerte
Por João Guilherme Vargas Netto


As atividades sindicais podem ser descritas de maneira geral comparando-as às duas modalidades esportivas do título.

Em um caso trata-se de iniciativas imediatas, intensas e orientadas para uma solução rápida, como a reivindicação de uma PLR, a resistência a uma demissão, uma greve localizada.

O outro caso pressupõe uma ação planejada, continuada e persistente como uma campanha salarial, um esforço de maior integração de mulheres na ação sindical, um lobby no Congresso Nacional levando-se em conta os partidos políticos e os parlamentares suscetíveis de compreensão e apoio às nossas causas.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Centrais sindicais apoiam Lula e pregam a paz

Charge: Aroeira/247
Por Altamiro Borges


Enquanto o carniceiro israelense Benjamin Netanyahu chama o presidente Lula de “persona non grata” e a mídia sionista nativa replica os ataques e naturaliza as milhares de crianças mortas e mutiladas em Gaza, os movimentos sociais se levantam para pregar a paz e elogiar a postura altiva e corajosa do governo brasileiro diante do genocídio do povo palestino. Nesta terça-feira (20), as principais centrais sindicais do Brasil lançaram um manifesto intitulado “O presidente Lula defende a vida, a paz e a soberania dos povos”.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Mais de 6 mil bancários demitidos em 2023

Imagem do site Enterprise Edges
Por Neiva Ribeiro, no site do Sindicato dos Bancários de São Paulo

O emprego bancário está na contramão do país. Enquanto o mercado de trabalho brasileiro, em 2023, apresentou resultados positivos com ampliação do emprego formal, alta na massa salarial e recuo na taxa de desocupação, o emprego bancário fechou 6.135 postos de trabalho, de acordo com o Novo Caged do Ministério do Trabalho e Emprego. Nos últimos cinco anos tivemos a eliminação de 20,5 mil postos.

No que se refere ao emprego no ramo Financeiro, excluindo a categoria bancária e holdings não-financeiras, verifica-se saldo positivo em dezembro, com a abertura de 427 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, foram criados 16,4 mil postos de trabalho, uma média de criação de 1,4 mil postos/mês.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Valorizar o que se está fazendo

Imagem do site gov.br
Por João Guilherme Vargas Netto


Os grandes desafios da terceira gestão do presidente Lula são os de garantir a normalização da vida nacional, valorizar a democracia, destravar a economia e distribuir renda, eliminando a fome.

Em cada uma destas tarefas deve contar com o apoio ativo do movimento sindical que compartilha tais objetivos.

Na condução desses esforços seu papel é relevante no destravamento da economia e na distribuição de renda, sobre os quais os trabalhadores e as trabalhadoras – representados pelos sindicatos e demais entidades – têm interesse direto.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Lula isenta 15,8 milhões de trabalhadores do IR

Imagem: Joédson Alves/Agência Brasil
Por Altamiro Borges


O presidente Lula segue tentando destravar a economia para garantir a geração de emprego e renda para os brasileiros. Entre outros obstáculos, ele tem que enfrentar a política monetária de juros pornográficos imposta pelo “autônomo” Banco Central, chefiado pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, e precisa também driblar o austericídio fiscal mantido pelo “arcabouço” e pela meta de déficit zero do ministro Fernando Haddad.

Na semana passada, perseguindo esse sonho, o governo publicou uma Medida Provisória que isenta do Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos – o equivalente a R$ 2.824. A MP foi assinada pelo presidente Lula e publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de terça-feira (6), passando a valer a partir da data da publicação. Ela altera, a partir de fevereiro, os valores da tabela progressiva mensal do IR para as pessoas físicas. O texto foi encaminhado ao Congresso Nacional, que tem prazo de 120 dias para sua votação.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Em busca da notícia sobre o sindicalismo

Foto: AFP
Por João Guilherme Vargas Netto


Notícias que nos chegam de outros países dão conta da recuperação e presença ativa do movimento sindical dos trabalhadores. São, na verdade, notícias esparsas que não fazem parte das grandes preocupações e coberturas das agências internacionais, aparecendo, aqui e ali, em sites especializados e de pouco acesso.

Algumas delas não puderam ficar sem registro forte, como as manifestações sindicais na Argentina contra o “pacotazo” de Millei, a greve longa e vitoriosa dos produtores de conteúdo eletrônico nos Estados Unidos e os esforços bem sucedidos do Ver.di, o maior sindicato da Alemanha para aumentar a sindicalização entre os jovens servidores.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Nova Indústria Brasil e o sindicalismo

Foto: Kayo Sousa/MCom
Por João Guilherme Vargas Netto


A história econômica das nações demonstra o papel estratégico da industrialização no crescimento.

Aqui no Brasil esta constatação também é válida, até mesmo ao se vincular o baixo crescimento à desindustrialização acelerada sob a égide do rentismo, do fiscalismo e da ideologia neoliberal.

Para enfrentar e resolver esta deformação o governo apresentou o plano Nova Indústria Brasil, com princípios e missões capazes de fazer avançar a indústria.

Sobre o plano, que foi escandalosamente atacado na mídia grande, recomendo a leitura do artigo de Antonio Corrêa de Lacerda, no Estadinho do dia 30, terça-feira, em que ele afirma enfaticamente que “o Brasil agora tem um plano”.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Polarização na sociedade e o sindicalismo

Por João Guilherme Vargas Netto


Um livro – Biografia do Abismo – de dois autores – Felipe Nunes e Thomas Traumann – publicado recentemente procura mostrar como a polarização divide famílias, desafia empresas e compromete o futuro do Brasil.

Para os autores o antagonismo induz à polarização, primeiro no terreno das disputas eleitorais (o que é normal), depois radicaliza no “nós contra eles”, calcifica-se (tornando-se permanente) e transborda para a sociedade acicatada pelo bolsonarismo.

Este transbordamento é analisado pelos autores na sala de aula, nas relações sociais e familiares, no consumo (com o boicote a empresas e produtos), nos esportes, na religião com a reiterada busca do dissenso.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

O enrosco das desonerações

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por João Guilherme Vargas Netto


Desonerar a folha de pagamento de empresas e transferir a base de contribuição à Previdência para o faturamento (com renúncia fiscal) pode ser uma boa iniciativa em momentos de aumento do desemprego e de crise, desde que haja um controle efetivo de sua aplicação transitória, com revisões periódicas e contrapartidas sejam garantidas aos trabalhadores.

Foi o que não aconteceu em 2011, sem controles e contrapartida e veio se mantendo para 17 setores sem nenhuma participação nas discussões e providencias do movimento sindical dos trabalhadores. Os setores beneficiados com a renúncia fiscal, que prejudica a Previdência, consolidaram-se em um poderoso lóbi no Congresso Nacional e criaram a lenda urbana de que a medida ( que se tornou recorrente) criava empregos ou impedia demissões.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

2024: Ano da Sindicalização

Charge: Laerte
Por João Guilherme Vargas Netto


Em uma conjuntura – econômica, social, política – favorável e duradoura o movimento sindical bem que poderia fazer do ano de 2024 (que é bissexto) o Ano da Sindicalização.

Se todas as direções sindicais e o conjunto das entidades encampassem esta ideia não só teríamos durante todo o ano campanhas efetivas de sindicalização, campanhas institucionais que poderiam ser apoiadas pelo ministério do Trabalho e Emprego, como também inúmeras atividades especificamente voltadas a aumentar o número de associados aos sindicatos e reforçar os laços com os trabalhadores e com as trabalhadoras já sindicalizados.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Balanços, perspectivas e festas

Foto: Rodrigo Pilha/BDF
Por João Guilherme Vargas Netto


Este será o meu último texto neste ano, darei descanso aos leitores.

Sugiro, no entanto, a todas as direções sindicais que façam um balanço do ano transcorrido. Este balanço, não necessariamente formal, procuraria listar uma série de ocorrências de interesse dos trabalhadores e das trabalhadoras na vida da entidade.

Além dos registros dos fatos positivos decorrentes do avanço da conjuntura econômica e das iniciativas do governo seriam rememorados, criticamente, as campanhas salariais e o resultado das negociações, as conquistas e os avanços, as “subidas” às bases, as “cartinhas” de oposição, as sindicalizações, as reuniões e as assembleias, as distribuições – materiais e virtuais – dos materiais de comunicação dos sindicatos e das entidades, as eventuais eleições e posses, as greves e tudo aquilo que contribuiu para garantir melhores condições aos trabalhadores e às trabalhadoras e para a relevância da ação sindical.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Não atravessar a rua

Por João Guilherme Vargas Netto


Nos fins do primeiro ano do mandato do presidente Lula há uma evidente contradição entre os indicadores positivos e coerentes da economia que beneficiam milhões e o ambiente conturbado nos mundos político, ideológico e comunicacional (mídia grande e redes sociais) com uma polarização que se mantém, alimentada por fatos diversos, uma oposição negacionista e renitente e parece empurrar o Brasil para o abismo, um abismo que tem até biografia editada em livro recente.

Para o movimento sindical dos trabalhadores, interessado em garantir e manter sua relevância, é essencial que se apoie na conjuntura econômica positiva que beneficia suas bases e fuja das desorientações provocadas pela polarização (às vezes artificial) e por um identitarismo exagerado.