quinta-feira, 20 de julho de 2017

Ricardo Barros e o silêncio dos médicos

Por Altamiro Borges

Nos últimos dias, o ‘ministro’ da Saúde Ricardo Barros protagonizou duas cenas que deveriam gerar a indignação dos médicos – muitos deles que foram às ruas esbravejar pelo “Fora Dilma” e, que desta forma, ajudaram a alçar ao poder a quadrilha de Michel Temer. Em um evento no Palácio do Planalto, ele deixou escapar ao anunciar um novo factoide para a área da saúde: “Vamos parar de fingir que pagamos os médicos e os médicos vão parar de fingir que trabalham”. Dias depois, o fingido bancou um "casamento ostentação" para a sua filhota. Nas duas ocasiões, os médicos falsamente moralistas também se fingiram de mortos e não expressaram a sua irada revolta. Talvez estejam arrependidos da besteira que fizeram contra a democracia.

As angústias de Marco Aurélio Garcia

Por Altamiro Borges

No final de maio, o sociólogo Marco Aurélio Garcia participou de uma conversa com blogueiros na sede do Centro de Estudos Barão de Itararé. Ele abordou o cenário político mundial – principalmente latino-americano – e brasileiro, enfatizando que a marca deste período é a “imprevisibilidade”. Em vários momentos, o ex-assessor especial dos presidentes Lula e Dilma se mostrou angustiado com a atual onda de retrocesso no mundo – destacando a vitória do belicista Donald Trump nos EUA, o crescimento de seitas fascistas na Europa, os recentes reveses sofridos pelas forças progressistas na América Latina e o golpe orquestrado pela oligarquia rentista no Brasil. Mas, sempre irônico e risonho, nunca deixou transparecer qualquer desânimo. Pessimista no diagnóstico, ele se mostrou um otimista na vontade de lutar – como Antonio Gramsci. Nesta quinta-feira (20), infelizmente, Marco Aurélio Garcia faleceu em decorrência de um infarto fulminante.

Meu amigo querido, Marco Aurélio Garcia

Por Dilma Rousseff, em seu site:

A morte do professor Marco Aurélio Garcia, meu amigo querido, é extremamente dolorosa. Desfrutei pela última vez de sua companhia há três semana. Conversamos sobre a vida e os momentos terríveis que o país atravessa.

Hoje é um dia de dor para todos nós, que compartilhamos com ele seus muitos sonhos, histórias e lutas. Era um amigo querido, de humor fino e contagiante, sempre generoso e cheio de ideias, dono de uma mente arguta e brilhante.

Kim Kataguiri e a “bandidolatria” do MP

Por Altamiro Borges

Setores do Ministério Público não escondem mais sua opção escancarada pela ação política, deixando de lado a necessária imparcialidade da Justiça e transformando-se em palanque da extrema-direita no Brasil. Nesta quarta-feira (19), uma notícia grotesca bombou na internet. O Ministério Público do Rio de Janeiro convidou um dos fundadores do sinistro Movimento Brasil Livre (MBL), o fascista mirim Kim Kataguiri – também já apelidado de Kinta Katiguria – para ministrar uma palestra com o tema “Segurança pública como direito fundamental”.

Sorria, você está sendo monitorado!

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

O tempo todo, em todos os lugares. Em alguns casos, pode estar sendo monitorado até enquanto você dorme. Cada respiração, cada passo, cada quilômetro rodado, cada click numa rede social, cada zappeada na televisão, cada compra física ou virtual que você faz.

A era da Sociedade da Informação é também a era do fim da privacidade e da mercantilização da intimidade, da monetização do comportamento, dos sentimentos. A internet e a superconexão, onde cada vez mais pessoas e coisas estão conectadas por mais tempo, gera uma infinidade de dados que há muitos anos estão sendo armazenados (o Big Data) e que, agora, começam a ser tratados e vendidos, gerando um mercado bilionário para empresas e até governos.

'Reforma' trabalhista: a degola começou

Por Adilson Araújo, no site da CTB:

Com menos de uma semana da aprovação da Reforma Trabalhista, milhares de brasileiros e brasileiras se encontram no fio da navalha com a onda de lançamento de planos de demissão voluntária em diversos ramos de trabalho pelo país.

O que empresários chamam de primeiras ações do pacote da reforma trabalhista contra a crise é uma releitura do que aconteceu nos anos 1990, "demissões voluntárias". Um tipo de demissão velada que coloca na berlinda a classe trabalhadora. E como isso funciona?

O empresário determina ou você “adere” ao desligamento da empresa. E para camuflar ao trabalhador é oferecido um prêmio: peça pra sair e ganhe 1 salário adicional.

A violência no Brasil: uma guerra seletiva

Editorial do site Vermelho:

O Brasil vive uma situação de confronto absurda e violenta, semelhante à de países onde há guerra civil aberta.

Só no primeiro semestre deste ano, no Rio de Janeiro, houve 88 mortes de policiais. Número grande, mas apenas parte do número de mortes violentas ocorridas no Estado, que, em 2016, foi de 6.248 (soma dos homicídios dolosos, latrocínios - roubo seguido de morte -, lesões corporais seguidas de mortes e homicídios decorrentes de confrontos com a polícia).

No Rio, multiplica-se o número de pessoas atingidas por “balas perdidas”, inclusive dentro de casa, de escolas e até um bebê foi baleado no útero da mãe prestes a dar à luz!

Bloqueio de bens de Lula é ilegal

Av. Paulista, 20/7/17. Foto: Tiago Macambira/Mídia Ninja
Por Cristiano Zanin Martins e Valeska T. Martins, no site Lula:

É ilegal e abusiva a decisão divulgada hoje (19/07) pelo Juízo da 13ª. Vara Federal Criminal de Curitiba determinando o bloqueio de bens e valores do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão é de 14/07, mas foi mantida em sigilo, sem a possibilidade de acesso pela defesa - que somente dela tomou conhecimento por meio da imprensa, que mais uma vez teve acesso com primazia às decisões daquele juízo. A iniciativa partiu do Ministério Público Federal em 04/10/2016 e somente agora foi analisada. Desde então, o processo também foi mantido em sigilo. A defesa irá impugnar a decisão.

A quem serve Henrique Meirelles?

Por Gustavo Noronha, no site Brasil Debate:

Henrique saiu de Anápolis, Goiás, primeiro para o curso de engenharia em São Paulo, depois para os EUA no antigo Banco de Boston. Ganhou o mundo, foi presidente do banco e da sua sucessora, a FleetBoston Financial, mas não chegou a ver sua incorporação ao Bank of America. O que ele viu de perto foi a corte do ex-presidente estadunidense Bill Clinton, há quem diga que ali ele era bem popular.

Quando voltou ao Brasil, já não era mais um brasileiro, embora nunca tenha perdido formalmente a nacionalidade. Com uma vultosa aposentadoria, hoje em R$ 250 mil, desembolsou, em 2002, R$ 887 mil para se eleger deputado federal. Investimento recompensado quando o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva o convidou para presidir o Banco Central. Não viram à época qualquer contradição de o presidente da autoridade monetária receber mais de um agente do mercado financeiro do que o salário pago pela sua função pública.

Bloqueio prova que Lula não enriqueceu

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O bloqueio dos bens do ex-presidente Lula, explorado com tanto estardalhaço pela imprensa de direita, com orgasmos de prazer cínico (duvido que qualquer de seus editores tenha menos do que Lula, que aos 71 anos de idade tem mesmo é de conservar um guardado) deveria servir para fazer jornalismo, mesmo.

Por exemplo, comparar o que foi localizado em propriedades e depósitos de Lula com o que ele tinha, ao candidatar-se a Presidente 15 anos atrás.

Os quatro imóveis que tem são os mesmos que tinha com Marisa (aquele em que mora e dois outros, de 72 metros quadrados, no Edifício Kentucky, na Avenida Getúlio Vargas, São Bernardo). Olhei na internet e vi um igual, no mesmo prédio, para vender: R$ 370 mil. Além do terreno em Riacho Grande, onde fica o sítio Los Fubangos, ao qual passou a ir menos há alguns anos, segundo a Folha porque a segurança presidencial assim recomendou, depois que dois de seus cães foram mortos a facadas.

A comunicação nas administrações públicas

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Objeto de oligopólio por parte de grupos empresariais com interesses estritamente privados, a comunicação é estratégica para a administração pública. A afirmação é de Franklin Martins, jornalista e ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. O assunto será pauta do Seminário Os desafios da comunicação nas administrações públicas, que ocorre nos dias 25 e 26 de agosto, em São Luis do Maranhão.

Escalado para compor uma das mesas do evento, Franklin Martins falou da necessidade de se despertar para a importância do tema. “É muito positiva a iniciativa de debater a comunicação nas administrações públicas, nos governos, nas prefeituras. Os políticos, muitas vezes, dão pouca importância à questão”, comenta.

Tribunal da Globo condena Lula

Por Ricardo Amaral, no Jornal GGN:

A matéria do Fantástico (16/07) sobre a sentença do juiz Sergio Moro confirma a sórdida aliança entre a Rede Globo e a Operação Lava Jato para atacar o ex-presidente Lula. Em 13 minutos de massacre midiático, a Globo tentou empurrar ao público uma grande mentira: a de que a sentença teria sido baseada em provas, não apenas em teses dos procuradores e convicções do juiz.

O esforço de propaganda não muda a realidade: Lula foi condenado sem provas. A defesa demonstrou que o tríplex do Guarujá sempre pertenceu à OAS e tem seus direitos econômicos alienados a um fundo gerido pela Caixa. E a acusação não provou qualquer relação entre Lula e os desvios da Petrobrás, algo ignorado tanto pela sentença quanto pelo Fantástico.

Moro na fogueira que preparou para Lula

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Sérgio Moro ordenou o bloqueio de 10 milhões de reais de Lula. Deixou de fora uma camionete Ford F 1000, ano 1984.

Por quê? Apenas alegou “antiguidade do veículo, sem valor representativo”.

O Banco Central, porém, encontrou somente a quantia de R$ 606 mil em quatro contas no Banco do Brasil, Caixa e Itaú.

O carro tem um toque de sadismo, vingança e aleatoriedade que o juiz da Lava Jato não admite possuir.

Moro esconde fraqueza para condenar Lula

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Como se não bastasse um sentença errada no mérito - pois não se provou a culpa do réu - há uma razão política óbvia para as novas medidas de Sérgio Moro contra Lula, como o confisco de imóveis e o bloqueio de suas contas bancárias.

São medidas preventivas, mais uma vez baseadas em suspeitas e nenhuma prova de crime. Ajudam no espetáculo e isso é o principal agora. Como no triplex, cujo dono é a OAS, quem sabe a Caixa. Qualquer um, menos Lula.

Nesta situação, procura-se alimentar os meios de comunicação que se dedicam a "deslegitimar" Lula desde o início da Lava Jato. O conceito se encontra no conhecido texto de Moro sobre a operação italiana Mãos Limpas, escrito em 2004.