segunda-feira, 17 de abril de 2017

Xadrez da política após o vendaval

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – sobre o essencial e os detalhes

Para colocar um pouco de ordem nessa barafunda.

1. No epicentro do terremoto relaxe e espere a terra assentar. A realidade nunca é tão ruim quanto parece no olho do furacão.

2. Toda essa movimentação em torno da lista de Fachin tem dois objetivos claros. O atual, é o desmonte do sistema de seguridade social e outras reformas antissociais; o de 2018 obviamente são as eleições.

O que está em jogo é o desenho de país que se terá, o futuro dos avanços civilizatórios das últimas décadas, o destino de milhões de pessoas hoje em dia amparadas pelo sistema de seguridade social.

Esse é o ponto central. O restante são os meios, as táticas políticas.


Trump: o novo xerife da cidade

Por Fernando Horta, no site Brasil Debate:

Desde o século XIX, o mundo não se sentia tão desconfortável pelo surgimento de um “xerife” que se arrogava o direito de intervir em qualquer parte do mundo, a partir de seus pressupostos éticos. Em 1845, a Inglaterra lançou o Bill Aberdeen, declarando-se em condições e legitimidade de atacar qualquer embarcação carregando escravos, em qualquer lugar do mundo. Trump, nos últimos dias, avisou que os ataques que foram lançados sobre a Síria seriam um “aviso” a todos os países “fora da ordem internacional”. Para amenizar o discurso, assessores de Trump rapidamente apontaram para a Coreia do Norte e seu teste de mísseis balísticos próximos ao Japão.

Odebrecht é o outro nome do Estado mínimo

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Marcelo Odebrecht é um capitalista para ninguém botar defeito.

Herdeiro da empresa fundada pelo avô e expandida pelo pai, uma das maiores construtoras do país e do mundo, logo entendeu que era inexorável servir à lógica da acumulação intrínseca ao sistema do qual é senhor, ‘mas também escravo’, como já disse um alemão especializado no assunto no século XIX.

O roteiro dessa dinâmica persegue objetivos sabidos.

Otimizar os fatores pela ampliação da escala.

Explorar oportunidades convergentes.

Um ano depois, onde estão os golpistas?

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Hoje, 17 de abril, faz um ano da tenebrosa sessão em que uma Câmara corrupta votou pela abertura do processo de impeachment de uma presidenta honesta, Dilma Rousseff. Onde estão hoje os principais personagens desta história? E onde está Dilma?

Michel Temer: citado na Lava-Jato, o presidente ilegítimo já precarizou a vida do trabalhador, congelou gastos com a saúde e a educação pelos próximos vinte anos e agora planeja destruir a aposentadoria.

A pressa de Moro, com a ajuda da mídia

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Pode-se dizer que o estouro das delações da Odebrecht pelo STF não foi politicamente cronometrado e que atingiu todo o sistema político, mas é certo que a explosão criou o tempo perfeito para a pressa que o juiz Moro tem de condenar o ex-presidente Lula em primeira instância, com vistas à sua inelegibilidade. Com o depoimento do ex-presidente marcado para o dia 3 de maio, numa espécie de juízo final que pode resultar em confronto de manifestantes em Curitiba, Moro marcou para o dia 20 de abril, a próxima quinta-feira, o depoimento do executivo da OAS Léo Pinheiro sobre o caso do tríplex do Guarujá. Não havendo até agora colhido provas de que o apartamento pertença ou tenha pertencido a Lula, parece haver uma aposta de Moro em revelações de Pinheiro e de outros executivos da OAS que o incriminem.

Um governo de cretinos nos EUA

Por Paul Craig Roberts, no site Vermelho:

Está se tornando embaraçoso ser (norte)-americano. Nosso país teve quatro presidentes em sucessão, todos criminosos de guerra. Clinton lançou dois ataques militares contra a Sérvia, ordenando que a Otan bombardeasse a antiga Iugoslávia duas vezes, em 1995 e 1999, cometendo assim dois crimes de guerra.

George W. Bush invadiu o Afeganistão e o Iraque e atacou províncias do Paquistão e do Iêmen pelo ar. Quanto a Bush, são então quatro crimes de guerra. Obama usou a Otan para destruir a Líbia e mandou mercenários para destruir a Síria, cometendo desta forma dois crimes de guerra. Trump atacou a Síria com as forças dos Estados Unidos, cometendo assim um crime de guerra logo no início de seu regime.

Aécio pulverizou pagamentos no exterior

Por Breno Costa, Reinaldo Chaves e Rodrigo Menegat, no site The Intercept-Brasil:

O então governador de Minas Gerais Aécio Neves, o empresário Alexandre Accioly e o jornalista Diogo Mainardi (que nega este relato) jantavam no restaurante Gero, um dos mais conceituados do Rio de Janeiro, em algum momento entre o fim de 2007 e começo de 2008. No mesmo salão, mas em outra mesa, estava um velho conhecido de Aécio, Henrique Valadares, então diretor da área de energia da Odebrecht. Valadares achava normal encontrar o mineiro em Ipanema, onde o tucano se habituara a passar seus finais de semana quando era governador.