domingo, 25 de junho de 2017

Comandante do Exército e a crise brasileira

Editorial do site Vermelho:

A mídia hegemônica não deu o destaque merecido, mas uma notícia importante desta semana foi a audiência pública, nesta quinta-feira (22), no Senado, com o general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército. Importante pela manifestação legalista, constitucional e patriótica do general ocupante daquele que no passado foi o Ministério do Exército.

O general constatou algo fundamental para avaliar o governo usurpador de Michel Temer: o Brasil não tem um projeto nacional, disse. Deixou de ter, poderia ter afirmado, pois o governo abandonou radicalmente qualquer veleidade de ênfase na soberania nacional e desenvolvimento do país.

Frisou a importância da defesa da Amazônia, cujas riquezas, cobiçadas pelo imperialismo, chegam, calcula, a 23 trilhões de dólares! Amazônia onde o governo golpista autorizou a realização, pela primeira vez na história, de manobras militares com tropas estadunidenses, previstas para ocorrer em outubro.

A falta de um projeto nacional de desenvolvimento faz do Brasil “um superdotado num corpo de adolescente”. E a “Amazônia continua praticamente abandonada, falta um projeto e densidade de pensamento", afirmou. "O Brasil está à deriva, sem rumo", disse.

Declarou-se contra a venda de terras fronteiriças, para estrangeiros. E opôs-se à permissão para empresas estrangeiras explorarem riquezas minerais no Brasil. Referia-se, certamente, à entrega, à farra de concessões para multinacionais do petróleo promovida pelo governo golpista.

Outro aspecto merece destaque em suas declarações: a garantia de que não haverá intervenção militar na política. "Isso está absolutamente anacrônico”, disse. “Esta hipótese está absolutamente afastada", enfatizou.

Esse espírito legalista revelou-se também em sua decidida oposição ao uso de tropas do Exército no policiamento de ações dentro do país, como Michel Temer fez em maio, quando chamou tropas do Exército contra manifestantes, em Brasília. O comandante do Exército lembrou-se do emprego de tropas para policiar a favela da Maré, no Rio de Janeiro. “Pensei – disse - estamos aqui apontando arma para a população brasileira, nós estamos numa sociedade doente".

São declarações de grande importância e que merecem reflexão. Sobretudo neste momento de grave crise política em que pululam os saudosistas da ditadura militar, que clamam pela intervenção dos generais. As palavras do general indicam uma recusa do papel atribuído aos militares pela direita e pelos conservadores no Brasil. Revelam também fidelidade ao espírito desenvolvimentista, nacional e patriótico que marca as melhores tradições das Forças Armadas no Brasil.

1 comentários:

Anônimo disse...

Eu sei que a turma da esquerda não gosta de Joaquim Barbosa, e aqui quero expressar uma opinião, a despeito do sentimento pessoal que eu mesmo tenho em relação a ele. Digo que o próximo presidente do Brasil será Joaquim caso queira concorrer. No caso, ele teria que concorrer como cabeça de chapa e não a rebordo de Marina. Sugiro que ele se filie a um partido que o queira como cabeça de chapa, o Psol, por exemplo, com Randolfe Rodrigues na vice. Digo que o partido que quiser Joaquim Barbosa como cabeça de chapa e que não esteja envolvido com a Lava Jato se beneficiará muito com a candidatura dele. A questão é que a reputação de Joaquim Barbosa é inatacável. Lula não merece o que estão fazendo com ele. Enquanto não o prejudicarem de vez eles não vão parar. Não adianta ele concorrer e ganhar, porque eles não vão deixá-lo governar e continuaremos a viver nesse inferno. Não podemos deixar a direita voltar ao poder. Então, que venha Joaquim.